segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nazca

Chegamos à tarde na rodoviária de Nazca e já fomos direto para o mini-aeroporto da cidade, onde negociamos o valor do sobrevoo das Linhas de Nazca.

As Linhas de Nazca constituem um dos maiores mistérios da arqueologia. São um conjunto de dezenas de geoglifos (desenhos ou formas geométricas feitas no solo) e foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1994. Estima-se que os desenhos tenham sido criados entre 400 e 650 d.C. pela cultura pré-inca nazca, civilização formada antes de Cristo. As teorias sobre o seu propósito são diversas: calendários astronômicos e agrícolas; sistemas de irrigação; caminhos para cerimônias religiosas e/ou rituais para convocação de água...

Nos passeios oferecidos pelas companhias autorizadas a sobrevoar a região, é possível visualizar 13 figuras com tamanhos de até 300 metros. Dentre as mais significativas; o astronauta, o macaco, a aranha, o colibri e o cachorro. Optamos pelo voo com duração de 35 minutos o qual o piloto dá duas voltas em cada desenho, possibilitando que todos os passageiros tenham a visão total dos mesmos.

Mapa dos geoglifos principais

Estávamos um pouco apreensivos antes do voo, pois uma aeronave havia caído 3 dias antes ao fazer o trajeto, matando quatro turistas britânicos e 2 tripulantes peruanos.

E o voo não é dos mais tranqüilos não. Os aviões são bem pequenininhos (monomotores) e sacolejam bastante. Felizmente, a vista lá de cima é impressionante; uma planície gigante toda rabiscada com desenhos incríveis. Uma pena que as fotos não tenham ficado tão nítidas.

Fotos copiadas do site culturaperuana.com.br

 
A empresa que voamos foi a AeroParacas, uma das mais recomendadas na internet.

De volta ao aeroporto, pegamos um táxi e fomos conhecer o Cemitério de Chauchilla. Neste cemitério arqueológico, estão diversas tumbas e múmias expostas em seu local original (literalmente no meio do nada). Apesar de as riquezas materiais, enterradas junto aos corpos, terem sido roubadas por saqueadores no início do século passado, as múmias permanecem preservadas e seus cabelos seguem totalmente intactos. Impressionante o conhecimento que a civilização nazca tinha sobre técnicas de mumificação. Passeio imperdível!


Ainda tivemos tempo de visitar os Aquedutos de Cantalloc, canais subterrâneos construídos pelos nazcas para levar a água das lagunas das montanhas para as redondezas, irrigando uma das regiões mais áridas do mundo. Os aquedutos funcionam em perfeito estado até os dias atuais.


Antes de partir para Arequipa em um ônibus noturno (22h00), aproveitamos o tempo que nos restava para jantar em um restaurantezinho não muito digno de nota, situado em frente à estação.

Nossa visita à Nazca foi rápida, mas bem proveitosa. Optamos por não pernoitar na cidade porque, em nossas pesquisas, lemos que os 3 passeios que fizemos eram os únicos grandes encantos da região.

Não nos arrependemos. O lugar serviu de um belo pit stop antes de seguirmos em uma viagem longa, em direção ao sul do Peru, e a cidade em si nos pareceu suja e não muito segura, não justificando um tempo de permanência maior.

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