Aproveitando
o período de festas de São João por todo canto, resolvemos contar as nossas
experiências nos 2 arraiás mais populares do Brasil: Caruaru e Campina Grande. Não,
não fizemos uma maratona festiva para conhecê-las em uma mesma viagem. :) Viajamos em anos
diferentes (2013 e 2015), aproveitando sempre um feriado prolongado no mês de
junho. Ambas as viagens na companhia de uma pessoa especial: a mãe da Monalisa.
As
duas cidades competem acirradamente pelo título de “Maior São João do Mundo” e
todo ano trazem novas atrações para a disputa. São shows, parques temáticos,
competições de quadrilhas e muito mais. Tudo gratuito e extremamente
democrático. Apesar de estarem localizadas em estados diferentes (Pernambuco e
Paraíba), Caruaru e Campina Grande são praticamente vizinhas (143 km as
separam). Para quem dispõe de férias ou alguns dias livres, pode ser uma
excelente opção alugar um carro e conhecê-las em sequência. Deixando claro que nenhuma
das duas possui atrativos suficientes que justifiquem uma visita turística de
quem mora longe fora do período festivo, que ocorre normalmente durante todo o
mês de junho. O seu grande apelo é mesmo a brincadeira junina.
Deixando
o blá-blá-blá de lado, vamos ao que interessa:
Caruaru
A
programação do São João de Caruaru se distribui por toda a cidade, mas os
principais polos são o Pátio de Eventos Luiz Gonzaga (ou Pátio do Forró) e o
Alto do Moura.
No
Alto do Moura, um bairro simples a 7 km do centro, o arrasta-pé rola solto o
dia inteiro. São vários restaurantes e barzinhos, na rua principal de
paralelepípedos, tocando um bom forró pé de serra. Outros atrativos são a Casa-Museu
Mestre Vitalino, o Memorial Mestre Galdino e os ateliês que expõem obras, fotografias
e peças de barro que deixam ainda mais viva a cultura nordestina. Artesões, cantores
e turistas se misturam criando um ambiente animado e imperdível.
No Pátio
do Forró é onde acontecem os grandes shows de artistas famosos e outros menos
conhecidos (pelo menos para 2 cariocas que não visitam o nordeste com tanta frequência rs). A área é enorme! Quando
fomos, as atrações principais foram Santana e Davi Magnata em uma noite e Elba
Ramalho na noite de sábado. Os shows estavam lotados e a galera dançava e cantava
praticamente todas as músicas. Curtimos muito!!! Uma coisa que ficou marcada e
sempre lembramos é a tapioca de queijo coalho com carne seca que comemos em uma
das barracas do pátio. Já comemos várias tapiocas (no nordeste mesmo), mas
essas foram especiais. Deu até vontade de jantar todos os dias por ali. :)
Praticamente
em frente ao pátio, a Estação Ferroviária é a grande maravilha da festa. Lá, são
montadas vilas cenográficas que mostram o cotidiano do interior nordestino e é onde
acontecem as competições de quadrilhas e duelos de repentistas. Barracas de
comida típica completam o cenário apaixonante.
Saindo
um pouco do roteiro “festa e comida”, fomos conhecer a Feira de Caruaru onde são
vendidos artesanatos produzidos a partir de barro, couro, madeira e outras
matérias-primas. Aproveitamos para comprar toda a decoração da festa junina que
há tempos adiávamos fazer. Tudo lindo e baratinho.
Outro
lugar que visitamos e adoramos foi o Museu do Cordel que homenageia o
cordelista Olegário Fernandes. O acervo de cordéis e máquinas de xilogravura é
bem grande e interessante.
Campina
Grande
Se
Caruaru tem o Pátio do Forró, Campina Grande não fica atrás e oferece o Parque
do Povo, que abriga os principais shows do período festivo. Nas duas noites que
estávamos lá, as principais atrações foram Os Nonatos, Alexandre Tan, Forró do
Bom e Forró Bakana. Gigante, o parque reúne, além do pátio de shows, uma área
fechada em formato de pirâmide onde acontece o embate das quadrilhas e é
celebrado um casamento coletivo. Estão lá também uma réplica da catedral da
cidade, uma fogueira e uma área cenográfica com restaurantes e salões de dança para
os casais curtirem juntinhos um forró. As comidas típicas marcam presença na
rua anexa ao parque.
Fazendo
um paralelo novamente com Caruaru que tem o bairro Alto do Moura como escapada
perfeita à confusão do centro, Campina Grande tem o município de Galante. A
cidade é o destino final da concorrida Locomotiva Forrozeira (ou Trem do Forró)
que funciona nos finais de semana de junho. Durante o trajeto desde Campina
Grande, os vagões do trem são embalados por muita música e dança típica. Não chegamos
a nos arriscar na experiência “dentro da pipoca em micareta da Ivete”, mas pelo
menos vimos o pessoal chegando bem animado em Galante. Ah sim, falando da cidadezinha,
não achamos nada demais e acabamos não demorando muito na visita.
Um
lugar bacana que visitamos em Campina Grande foi o Sítio São João. Com um
cenário todo inspirado na vida no agreste, o local reproduz residências, igreja
e uma casa de farinha. Foi a única atração paga da nossa incursão pelas festas
de São João nordestinas.
Como
não podia faltar uma feira de artesanato, a Vila do Artesão oferece estandes
com produtos interessantes e um restaurante que rendeu momentos bem legais.
Íamos apenas comer um petisco, mas acabamos passando uma tarde inteira lá por
causa de um trio de forró que animava o ambiente.
Poderíamos
ficar em cima do muro, já que as 2 festas são lindas, mas não dá para esconder:
gostamos mais da festa de Caruaru. Nesse período do meio do ano, até bate uma
invejinha dos recifenses que podem ir todo final de semana curtir a animação da
capital do forró.
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